Publicações

Livros

    Numa perspectiva transdiciplinar, especialmente num diálogo entre psicanálise e sociologia, analisamos as trajetórias de vida e narrativas memorialísticas de adolescentes autores de ato infracional, destacando os condicionantes e pontos de virada que favorecem a desistência do crime. Obra exemplar para interessados no tema.

    Autores: Andréa Maris Campos Guerra, Bráulio Figueiredo Alves da Silva, Frederico Couto Marinho, Jacqueline de Oliveira Moreira e Marcelo Ricardo Pereira (Orgs.)

    Este livro reúne histórias de muitas mulheres – pesquisadoras, funcionárias do sistema prisional e mulheres privadas de liberdade. É também a consolidação de uma agenda de pesquisa iniciada há alguns anos no Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que busca se atentar aos diferentes públicos femininos que entrecortam o sistema de justiça criminal – seja como operadoras, seja como acusadas, condenadas ou familiares de pessoas enredadas pelo aparelho penal. Mais especificamente, os trabalhos aqui reunidos são produtos de uma pesquisa quali-quantitativa realizada em penitenciárias femininas da Região Metropolitana de Belo Horizonte nos anos de 2017 e 2018. A base é comum, mas os desenvolvimentos analíticos e teóricos são múltiplos, como ficará evidente ao longo dos capítulos. Talvez essa heterogeneidade – que não significa, de forma alguma, uma ausência de diálogo entre as partes – seja a principal riqueza da presente compilação.

    Autoras: Ludmila Ribeiro, Ana Beraldo, Isabela Araújo, Isabella Silva Matosinhos, Lívia Bastos Lages, Luana Hordones Chaves, Natália Martino e Thais Lemos Duarte (Orgs.)

    A coletânea busca fomentar a intervenção no debate público e contribuir para uma reflexão ampliada sobre as práticas das instituições do sistema de justiça criminal. Os textos são marcados por uma diversidade de abordagens e orientações epistemológicas e discutem aspectos sobre impasses, avanços e permanência de violências de Estado nas práticas dentro e fora das audiências de custódia.

    Autoras: Ludmila Ribeiro, Lívia Lages e Juliana Rodrigues

    O quinto livro editado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública reúne 20 capítulos sobre como dados criminais foram sendo produzidos e utilizados no país e conta, a partir do relato de casos e experiências práticas, como questões políticas, teóricas e metodológicas foram sendo tratadas. É um livro que serve tanto como registro sistemático histórico inédito dos papéis políticos e sociais das estatísticas criminais, quanto como descrição dos esforços feitos para que tais dados fossem insumos para a modernização da segurança pública e da atividade policial.

    Autores: Daniely Fleury, Ludmila Ribeiro e Valéria Oliveira

    Shades of Deviance is a turbo-driven guide to crime and deviance. It offers politically engaged, thought-provoking and accessibly written accounts of a wide range of socially and legally prohibited acts. This updated and revised edition is designed to be essential reading for general readers, undergraduate students in the fields of criminology and sociology, and those preparing to embark on degree courses in these fields. Written by field-leading experts from across the globe and designed for those who want a clear and exciting introduction to the complex areas of crime and deviance, this book provides short overviews of a wide range of social problems, harms and criminal acts, offering a series of cutting-edge and critical treatments of issues such as war and terrorism, incels and the alt-right, ecocide, trolling, hate crime and chemsex. A guide is also given to further readings and films to develop the reader’s understanding of these issues. This new edition has been fully revised and extended, with new entries on robot sex, protest, child soldiers, online abuse, cybercrime, drug trafficking, gangs and weapon use. Shades of Deviance encourages readers to critically reconsider their ideas about what is right and wrong, about what is socially harmful and which problems we should focus our attention on. It offers careful analysis and reasoned explanation of complex issues in a world in which sensationalist headlines, anxiety and fear about crime permeate our lives. Read it to be prepared for some of the key debates shaping the world to come.

    Autora: Valéria Cristina de Oliveira

    Policing and firearms: it is a crucial relationship. Should police be routinely armed? If so, what restrictions should be imposed on the use of firearms? Where police are not routinely armed, there is still a need for specialist armed police: how do these units operate, and are they effective? This ground-breaking edited book explores the nexus between policing and firearms with a genuinely international focus. Contributors from Ireland, Germany, the United Kingdom, Brazil, Mexico, the United States, Venezuela, New Zealand, Australia, and Canada explore the issues from a range of perspectives, including human rights, militarization, police legitimacy, and the risks police firearms pose to the community and to police themselves. This thought-provoking collection is an indispensable resource for law enforcement policymakers and students of policing and criminal justice.

    O livro trata da atuação do Estado, das igrejas e do “mundo do crime” como lógicas distintas que organizam as relações de sociabilidade e sensos de justiça nas margens urbanas. A partir de etnografia conduzida em uma favela de Belo Horizonte, discute-se como estas três normatividades, em sua coexistência cotidiana, constroem entre si relações simbólicas que se alternam entre disputa e articulação e produzem um mecanismo de análise moral de pessoas e comportamentos. Em última instância, o que este mecanismo tripartite constrói é uma classificação entre vidas e mortes mais ou menos importantes e, consequentemente, corpos mais ou menos passiveis de serem alvo de violência na favela.

    Autora: Ana Beraldo

Publicações

Teses & Dissertações

    Esta tese tem como objetivo central analisar o processo de construção da identidade profissional dos agentes de segurança penitenciária de Minas Gerais. O sistema penitenciário mineiro passou por mudanças drásticas nos últimos vinte anos e tem demandado um perfil específico de indivíduos para compor o seu staff. No decorrer desses anos ocorreu um forte investimento em programas de treinamento visando tornar os agentes penitenciários mais repressivos, estratégicos e eficientes para a manutenção da segurança e da ordem nas prisões. Essa profissionalização, por sua vez, se deu através da incorporação progressiva de elementos organizacionais característicos das forças policiais militares ao trabalho custodial e a valorização da performance militar de atuação. A identificação com o campo militar gerou um dilema identitário no grupo ocupacional: guardiões ou policiais?. Alguns agentes penitenciários tem rejeitado a imagem do guardião e se reconhecido como policiais envolvidos em operações de combate ao crime dentro e fora das prisões. Instalou-se uma identidade profissional dual, custodial e policial, com profunda repercussão nos ambientes prisionais e no modo como a ordem tem sido construída em seu interior.

    Autor(a): Victor Neiva e Oliveira | Orientador(a): Renan Springer de Freitas

    Nos casos de aplicação da medida socioeducativa de internação o Estatuto da Criança e do Adolescente aponta somente o tempo máximo de duração - a saber: três anos -, e não apresenta indicações temporais para os diferentes atos infracionais. Esta dissertação visa compreender como a incerteza temporal quanto à extensão da privação de liberdade é vivenciada e representada pelos adolescentes, de maneira a investigar de que modo tais percepções interferem na definição situacional edificada durante o período de acautelamento. Para responder ao problema deste estudo, primeiramente, fez-se um panorama geral de Minas Gerais, a partir de uma análise quantitativa dos tempos de internação deste estado. Verificou-se uma correlação estatística entre tempos maiores de acautelamento e o crime de homicídio, assim como para adolescentes mais novos. Na sequência, as entrevistas semiestruturadas realizadas aos adolescentes em regime de internação em Belo Horizonte foram interpretadas, revelando como a indeterminação temporal estimula os adolescentes a se esforçarem para a aceleração do seu desligamento, mediante a construção de estratégias voltadas para o término da internação. Os adolescentes sinalizaram o cumprimento da medida a partir de um processo de racionalização, em uma tentativa de controlar o tempo intramuros.

    Autor(a): Isabela Cristina Alves de Araújo | Orientador(a): Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro

    O presente trabalho é um estudo que articula as relações raciais e o sistema de justiça brasileiro para compreender como a raça dos acusados interfere no processo de incriminação por tráfico de drogas em Belo Horizonte. Como base empírica utilizamos dados quantitativos de processos de tráfico encerrados em Belo Horizonte durante o período de 2007 a 2017 e dados qualitativos oriundos de entrevistas com operadores do direito que atuavam nas varas de tóxicos da capital em 2018. O objetivo geral foi investigar a operacionalização do racismo no sistema de justiça criminal a partir de três acepções: ideológica, prática e estrutural, com o foco no processamento do tráfico. Este é o delito apontado como o que coloca a população negra como alvo das políticas de combate ao crime e mobiliza um discurso belicoso, capaz de justificar medidas extremas de controle e repressão. Apontamos que há um conjunto de crenças e valores historicamente constituídos que constroem negros como “suspeitos padrão”, ideologias racistas que circulam no campo do sistema de justiça criminal. As práticas durante o processamento do delito de tráfico também estão marcadas por tratamentos diferenciados de negros; não só a atuação das polícias, como também de outros atores do judiciário (re)produzem vieses que contribuem para seletividade racial do sistema. Para além disso, a dimensão estrutural do racismo explica como condições raciais e socioeconômicas se articulam em desfavor de negros(as) e repercutem em desvantagem também perante a justiça criminal. O efeito consequente é o encarceramento contínuo e em massa de um perfil populacional racialmente delineado. Com este trabalho esperamos contribuir para fazer avançar na compreensão de como o racismo se expressa no sistema de justiça criminal, especialmente em se tratando do delito de tráfico de drogas.

    Autor(a): Daniely Roberta dos Reis Fleury | Orientador(a): Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro

    Em breve, este trabalho estará disponível no repositório de teses e dissertações da Universidade Federal de Minas Gerais.

    Autor(a): Gabriela Gomes Cardoso | Orientador(a): Andréa Maria Silveira

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